Médicos e doentes alertam para impactos no agravamento da obesidade
por Teresa Mendes | 22.05.2020
Na véspera do Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade
Na véspera do Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, que se assinala amanhã, 23 de maio, especialistas e associações de doentes alertam para as consequências da suspensão de cirurgias e consultas devido à pandemia Covid-19 no agravamento do problema da obesidade em Portugal.
A chamada de atenção é conjunta das várias organizações e associações de doentes - Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), Associação dos Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e Associação Portuguesa dos Bariátricos (APOBARI). –, lembrando igualmente que a obesidade é uma doença que representa um fator de risco para desenvolvimento de complicações no contexto de infeção por Covid-19.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da SPEO, Paula Freitas, destaca que a pandemia poderá ter impacto nas listas de espera para cirurgia bariátrica e «no número de doentes a quem vai ser proporcionado cirurgia este ano» devido ao cancelamento das consultas.
«As consultas presenciais a nível hospitalar foram abolidas a menos que fosse urgente e eu falo pelo Hospital São João [no Porto] onde trabalho», disse a endocrinologista, contando que desde a semana passada estão a fazer «um esforço enorme, a tentar realizar seis a oito consultas por manhã».
Também o presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, manifestou preocupação à Lusa com o possível aumento das listas de espera para cirurgia, uma vez que «há pessoas que ainda nem sequer estão em lista nenhuma» e a precisar de consulta e de tratamento.
«Se acham que a saúde é cara experimentem a pandemia. Neste momento já experimentámos a pandemia», disse, defendendo que estes doentes têm de ser tratados.
«Quando se trata a obesidade estamos a tratar simultaneamente problemas cardiovasculares, problemas respiratórios, problemas articulares, diabetes e alguns cancros.
Por isso, não fazer este tratamento significa que todas estas doenças vão crescer», advertiu.
A presidente da APOBARI, Marisa Oliveira, salientou igualmente a importância do acesso às cirurgias, porque contribuem para tratar muitos casos de forma quase definitiva, melhorando a qualidade de vida destas pessoas que deixam de ser «grupo de risco».
Na véspera do Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, que se assinala a 23 de maio, especialistas e associações de doentes alertam para as consequências da suspensão de cirurgias e consultas devido à pandemia Covid-19 no agravamento do problema da obesidade em Portugal
Os dados sobre o impacto da pandemia na obesidade infantil em Portugal ainda não estão disponíveis, mas a APCOI estima que o confinamento tenha um impacto direto no peso corporal das crianças, que poderá traduzir-se num «aumento médio de 10%».
Teresa Mendes
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22 de Maio de 2020
2021Pub6f20tm21t
Publicado previamente em www.univadis.pt
A chamada de atenção é conjunta das várias organizações e associações de doentes - Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), Associação dos Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e Associação Portuguesa dos Bariátricos (APOBARI). –, lembrando igualmente que a obesidade é uma doença que representa um fator de risco para desenvolvimento de complicações no contexto de infeção por Covid-19.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da SPEO, Paula Freitas, destaca que a pandemia poderá ter impacto nas listas de espera para cirurgia bariátrica e «no número de doentes a quem vai ser proporcionado cirurgia este ano» devido ao cancelamento das consultas.
«As consultas presenciais a nível hospitalar foram abolidas a menos que fosse urgente e eu falo pelo Hospital São João [no Porto] onde trabalho», disse a endocrinologista, contando que desde a semana passada estão a fazer «um esforço enorme, a tentar realizar seis a oito consultas por manhã».
Também o presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, manifestou preocupação à Lusa com o possível aumento das listas de espera para cirurgia, uma vez que «há pessoas que ainda nem sequer estão em lista nenhuma» e a precisar de consulta e de tratamento.
«Se acham que a saúde é cara experimentem a pandemia. Neste momento já experimentámos a pandemia», disse, defendendo que estes doentes têm de ser tratados.
«Quando se trata a obesidade estamos a tratar simultaneamente problemas cardiovasculares, problemas respiratórios, problemas articulares, diabetes e alguns cancros.
Por isso, não fazer este tratamento significa que todas estas doenças vão crescer», advertiu.
A presidente da APOBARI, Marisa Oliveira, salientou igualmente a importância do acesso às cirurgias, porque contribuem para tratar muitos casos de forma quase definitiva, melhorando a qualidade de vida destas pessoas que deixam de ser «grupo de risco».
Na véspera do Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, que se assinala a 23 de maio, especialistas e associações de doentes alertam para as consequências da suspensão de cirurgias e consultas devido à pandemia Covid-19 no agravamento do problema da obesidade em Portugal
Os dados sobre o impacto da pandemia na obesidade infantil em Portugal ainda não estão disponíveis, mas a APCOI estima que o confinamento tenha um impacto direto no peso corporal das crianças, que poderá traduzir-se num «aumento médio de 10%».
Teresa Mendes
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22 de Maio de 2020
2021Pub6f20tm21t
Publicado previamente em www.univadis.pt
Médicos e doentes alertam para impactos no agravamento da obesidade