Teresa Mendes| 14.03.2017
As “obras de São Crisóstomo”
Opinião de Teresa Mendes
Desde o dia 8 de março deste ano de 2017 que têm sido publicados vários despachos do Ministério da Saúde a criar grupos de trabalho com a tarefa de demonstrar à tutela que determinadas obras, na gaveta há muitos anos, devem ser realizadas ou que certos equipamentos devem ser adquiridos.
Ponto assente, pelas decisões do Ministério da Rua João Crisóstomo, Lisboa, e salientado nos diplomas é que todos estudos têm de ser apresentados, sem falta, até ao próximo dia 15 de abril.
De facto, em apenas uma semana foram designadas cinco equipas de trabalho que envolvem a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), as ARS e as unidades de saúde regionais, com a missão de apresentar relatórios de viabilidade técnica e económica de apoio à decisão política.
Os exemplos são inúmeros, desde o destino da construção da maternidade de Coimbra, da futura ala de pediatria do Hospital de S. João, da criação de uma unidade de Radioterapia no Hospital São Teotónio do CHTV (implicando, a instalação de um acelerador linear e a construção de 2 bunkers), da reabilitação do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde e ainda da viabilidade de um novo acelerador linear no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Que as obras são necessárias todos sabemos e também todos agradecemos a «benemérita» atitude do Ministério da Saúde em, finalmente, confiar às várias entidades envolvidas o futuro de decisões tão importantes e onerosas para o Estado (e o Governo).
Mas, ao contrário das conhecidas popularmente como «obras de Santa Engrácia», receio que as “obras de São Crisóstomo” avancem sem os alicerces necessários, tal a pressa pedida…
Resta esperar, mas a avaliar pelo tempo necessário para apresentar estudos semelhantes, o mais provável é que um mês não seja suficiente para
As “obras de São Crisóstomo”