Lino Patrício| 26.09.2017
Nem todos os doentes têm acesso ao tratamento para doença fatal
Opinião de Lino Patrício
A estenose aórtica é uma doença que afeta 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 80 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida.
Carateriza-se por um aperto na válvula aórtica, provocando cansaço, dor no peito e desmaios.
Apesar de ter tratamento, muitos doentes não o estão a receber.
É, por isso, necessário alertar a sociedade em geral e a comunidade médica em particular de que não se deve deixar de tratar alguém pelo facto de ser idoso. A população está a envelhecer muito rapidamente e o nosso sistema de saúde começa a ter alguma dificuldade em acompanhar esse fenómeno.
Porém, é importante estarmos preparados para tal. Temos de saber a quem implantar as válvulas, mas não as podemos negar por o doente ser idoso.
O tratamento para a estenose aórtica passa pelo implante de uma nova válvula cardíaca, através de um cateter introduzido por uma artéria (geralmente na virilha), sem necessidade de parar o coração.
Esta técnica minimamente invasiva é utilizada há mais de 20 anos em cardiologia.
Atualmente existem 5 centros públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica, em Portugal, com capacidade para a realização deste procedimento.
Para melhorar o acesso ao tratamento da estenose aórtica, além da sensibilização e valorização dos sintomas, é preciso também aumentar a referenciação de doentes com patologia valvular, ou seja, acelerar o diagnóstico realizado pelos médicos de medicina geral e familiar e o atempado encaminhamento para o cardiologista.
Após o diagnóstico da doença é necessário melhorar o acesso e as respostas dos centros capazes de efetuar este tratamento.
Para mais informações sobre a doença, o diagnóstico e o tratamento consulte: www.estenoseaortica.pt
A Associação Portuguesa de Interv
Nem todos os doentes têm acesso ao tratamento para doença fatal