ardias da evolução da doença, muitas vezes em situações de desnutrição severa, com eventual compromisso da função de vários órgãos e sistemas.
Muito embora fundado em critérios clínicos, o diagnóstico desta perturbação requer uma avaliação mais cuidada, sendo necessários exames complementares de diagnóstico que permitam, por um lado, excluir outras doenças que cursam com perda de apetite e diminuição de peso, e por outro avaliar, nos casos em que se confirme o diagnóstico, o rebate no organismo de um estado prolongado de privação autoimposta de alimento.
A doença apresenta muitas vezes um curso crónico e o tratamento pode ser longo e difícil.
O não reconhecimento da doença e a relutância em aceitar o projeto terapêutico são, porventura, o maior entrave ao tratamento.
Se, nos casos de gravidade ligeira a moderada, pode ser tentado em ambulatório, com acompanhamento regular em consulta, nos casos mais graves pode ser necessário um internamento hospitalar em regime integral ou parcial.
A juntar ao acompanhamento por um médico psiquiatra, pode ser necessária a intervenção de outros técnicos de saúde, designadamente psicólogos, nutricionistas ou médicos de outras especialidades.
Não sendo fácil compreender quando estamos perante esta perturbação, como é possível para os pais, principalmente, distinguirem uma simples dieta da anorexia nervosa?
E em que situações devem ficar alarmados porque o/a filho/a adolescente não come?
A dieta é uma restrição qualitativa ou quantitativa de alimentos, habitualmente por um curto período de tempo, e que visa um objetivo específico, como a perda de peso.
Quando é feita de forma rígida, sem critério, e quando coloca em risco a saúde do indivíduo, pode constituir o ponto de partida para situações de doença, falemos nós de anorexia nervosa ou outra perturbação do comportamento alimentar.
Existem sinais de alerta que devem ser encarados com seriedade, principalmente na época do verão, altura em que os jovens se preocupam especialmente com o seu aspeto físico:
-Tenha em atenção as dietas demasiado rígidas, em que nunca há lugar para a “transgressão” e que incluem “alimentos proibidos” (doces, farináceos…);
-Apesar da perda de peso, a pessoa com anorexia continua a achar que tem peso a mais e é precisamente esta distorção da autoimagem que constitui um dos aspetos nucleares do quadro;
- Por vezes, e de forma quase paradoxal, podem existir episódios de ingestão alimentar compulsiva, que se caracterizam pela ingestão de uma quantidade exagerada de alimentos, a que sobrevêm muitas vezes sentimentos de culpa e arrependimento;
-Esteja atento às estratégias compensatórias: o vómito após a refeição, as idas ao ginásio cada vez mais frequentes, ou o uso de substâncias que promovem a perda de peso;
- Pensamentos constantes sobre comida e contagem de calorias são também sinais de alerta.
Importa referir que, em caso de dúvida, a procura de ajuda profissional é sempre uma boa opção.
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21 de Agosto de 2018
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Anorexia nervosa não se resume a dietas rígidas