um grande desafio para a comunidade médica.
Também em termos de tipo de tratamento se tem evoluído no sentido de acompanhar a necessidade de manutenção de uma boa qualidade de vida.
É muito importante que o tratamento do cancro da mama avançado, enquanto doença crónica, permita que a sobrevivente consiga manter a qualidade e estilo de vida habituais.
À semelhança de outras doenças crónicas, no cancro da mama avançado o apoio da família é fundamental, para dar conforto e inspirar a confiança da sobrevivente.
Adicionalmente, o apoio representa um fator motivador para continuação dos tratamentos.
Os novos casos de doença avançada atingem, frequentemente, mulheres entre os 45 e os 55 anos de idade, altura em que a maioria tem uma vida ativa e manifesta vontade de manutenção no mercado de trabalho e participação na vida familiar durante e após os tratamentos.
Para muitas doentes, o regresso ao trabalho com sucesso significa levar uma vida normal, mas nem sempre é simples. Neste contexto, as pessoas deparam-se com novos desafios como a falta de segurança no emprego ou dificuldade em cumprir com compromissos contratuais pois o portador de uma doença crónica está continuamente em tratamento e oscila na forma como se sente.
Seria importante existir a oportunidade de criação de horários e condições de trabalho adaptadas, como por exemplo trabalhar alguns dias a partir de casa.
Também na doença avançada, é importante a promoção de estilos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, uma vida física e cognitivamente ativa e a prática regular de exercício físico.
Para além dos benefícios conhecidos, esta é uma forma de relativizar a preocupação com a doença oncológica. Novamente, o papel da família é essencial.
As tendências atuais apresentam progressos conseguidos no desenvolvimento de novas opções de tratamento, apontam para um futuro onde cada vez mais sobreviventes com cancro da mama metastático tenham uma vida mais longa e com melhor qualidade de vida.
Cabe-nos a nós todos, enquanto sociedade, acompanhando estes progressos, saber acolher e integrar as sobreviventes.
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*Oncologista, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e coordenadora do programa MAMA_MOVE Gaia
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Apoio familiar a mulheres com cancro da mama metastático é vital